Irati tem o menor índice de mortalidade infantil de sua história

 

Publicado em: 17/02/2012 00:00

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Novamente o Município de Irati é referência em saúde pública e tem ótimos motivos para comemorar. Em 2011, o índice de mortalidade infantil foi de 6,2, o menor já alcançado até hoje. Foram registrados 806 nascimentos e apenas cinco óbitos de crianças menores de um ano no Município. Ações como maior investimento em exames disponibilizados no pré-natal, a prevenção de partos prematuros e ampliação do número de consultas médicas pediátricas foram determinantes para a obtenção deste índice, comparável ao de países desenvolvidos, como o Canadá. Fico muito feliz ao observar que o trabalho realizado pelo setor de saúde tem colaborado para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, o que pode ser compravado através de indicadores positivos, como a redução da mortalidade infantil em 2011, afirma o prefeito Sergio Stoklos. A qualidade de vida de um país, estado ou município é medida pelo Índice de Desenvolvimento Humano, IDH, calculado através dos indicadores Educação, Longevidade e renda. A diminuição da taxa de mortalidade infantil contribui para a melhoria do indicador longevidade, que considera a esperança de vida ao nascer, pois sintetiza as condições de saúde e salubridade de um local. Quanto menos mortes houver nas faixas etárias mais precoces, maior será a expectativa de vida. No Brasil, o índice de mortalidade infantil de 2010 foi de 19,4 e no Paraná, o índice ficou em 11,4 - ainda não foi concluída a contabilização dos números referentes a 2011. Para que Irati obtivesse o índice 6,2, ações específicas de assistência básica às gestantes e aos bebês foram priorizadas dentre as políticas públicas de saúde. A secretária municipal de Saúde, Deise Daniliszyn, enumera alguns fatores determinantes: a realização dos exames GBS e Urocultura durante o pré-natal para que sejam evitados partos prematuros, o oferecimento de 1.200 consultas pediátricas por mês, a existência de UTI Neonatal e as iniciativas que tornaram a Santa Casa um Hospital Amigo da Criança. Gestantes aprovam o Pré-natal O pré-natal oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde de Irati disponibiliza atendimento de enfermagem, consultas médicas, orientações, palestras, exames que integram o protocolo do Ministério da Saúde e exames adicionais como ecografias e GBS.  São realizadas pelo menos seis consultas médicas durante o pré-natal, que incluem acompanhamento quinzenal ou semanal após 34 semanas de gestação, conforme a necessidade. Em 2011, foram realizadas 6.025 consultas de pré-natal e 1.282 exames de rotina, além dos exames que não fazem parte do protocolo. Um dos diferenciais do pré-natal oferecido pela rede pública de saúde de Irati é que as gestantes não precisam esperar o dia da consulta para entregar os exames. Assim que obtém os resultados podem leva-los imediatamente ao pré-natal e obter a medicação necessária. No dia da consulta os problemas são diagnosticados recebendo tratamento e a gestante tem um acompanhamento para avaliação do resultado obtido, explica a coordenadora do setor de Pré-natal, Aline Mierzva. A qualidade dos serviços oferecidos pelo Setor de Pré-natal é reconhecida pelas gestantes. Josiani Lopes Daneliu está no terceiro mês de gestação de seu segundo filho e, devido à satisfação com o atendimento, novamente optou por realizar o pré-natal na Secretaria Municipal de Saúde de Irati. Sempre fui muito bem atendida, são excelentes no atendimento aqui com a gente, nota mil, afirma. Eloisa Andres, que está no sétimo mês de sua primeira gestação, confirma a eficiência dos serviços. Quando eu chego aqui independente da hora elas sempre me atendem muito bem, mesmo que eu não tenha consulta (agendada), diz. Ela relata que a equipe que atende no setor de pré-natal é muito atenciosa e esclarece todas as dúvidas das gestantes e dos pais quanto à evolução do bebê e aos cuidados necessários. Superou bastante a expectativa por ser do município; Teve mais satisfação do que o particular pelo que eu vi, afirma Eloisa, ao lado do esposo Ismael Gomes de Oliveira Júnior. As duas gestantes aconselham que as mulheres procurem o Setor de Pré-natal imediatamente após a descoberta da gravidez para terem acesso às orientações. Eles avaliam a gente, ensinam a gente, por isto eu aconselharia a vir para o pré-natal desde o primeiro mês, para ter um acompanhamento melhor, diz Josiani. O médico e as enfermeiras te informam corretamente o que pode acontecer ou não e deixam ciente que eles estão dispostos a te ajudar em qualquer hora, então se acontecer qualquer coisa improvável ou que a gente nem imaginaria, temos o apoio deles; porque, talvez por um descuido, você pode perder o amor da sua vida, então tem que cuidadar desde o início, orienta Eloisa. Exames-extras são oferecidos A partir do estudo dos motivos que levavam os recém-nascidos a precisar de uma unidade de terapia intensiva, e de discussões sobre óbitos infantis no Comitê de Mortalidade Infantil, constatou-se que os problemas mais graves aconteciam devido a infecções causadas por bactérias como a streptococcus do grupo B. Por isso, o exame de GBS foi implantado na rede básica em 2006 e, somado a outras iniciativas, teve como resultado a redução da mortalidade infantil. Também ocorre o acompanhamento dos casos de gravidez de risco com ecografias. Consultas para os bebês No primeiro ano de vida, os bebês passam por exames, têm acompanhamento do peso e das medidas, recebem vacinas e tem acesso a atendimento médico gratuito no Setor de Puericultura da Secretaria Municipal de Saúde. Entre o sétimo e o décimo dia após o nascimento, ocorre repetição do teste do pezinho, aplicação da vacina BCG e a primeira consulta médica. Consultas de rotina com pediatras são agendadas a cada 30 dias até que o bebê complete seis meses de idade. O médico confirma se a vacinação está em dia e analisa o desenvolvimento das crianças. Após os seis meses de vida, as consultas são agendadas bimestralmente ou trimestralmente, conforme a necessidade. Retrospectiva Os registros mais antigos de que a Secretaria Municipal de Saúde dispõe sobre mortalidade são de 1979. Neste ano, 88 crianças morreram em Irati antes de completar um ano de idade. As condições de saneamento não eram adequadas e não ocorria vacinação. Doenças como tétano, paralisia infantil, difteria e varicela eram comuns e provocavam um grande número de mortes. Outro fator que contribuía para o elevado índice de mortalidade era o desconhecimento das famílias sobre questões de higiene e alimentação adequada. Atualmente, os óbitos registrados ocorrem devido à má formação fetal ou a prematuridade extrema. Redução da mortalidade infantil é um dos Objetivos do Milênio Um dos Objetivos do Milênio da ONU é reduzir a mortalidade infantil observada em 1990 em dois terços até 2015. Para isto, são consideradas ações relevantes: o apoio a programas de acesso à água potável para populações carentes; o acesso das crianças portadoras do HIV e outras doenças infecciosas, a medicamentos específicos; programas educacionais, em comunidades carentes, de esclarecimento sobre higiene pessoal e sanitária, aleitamento materno e nutrição infantil; conscientização sobre a importância do exame pré-natal e das vacinações do bebê; e campanhas de conscientização e prevenção no combate a Aids.