Distribuição de doses de sêmen bovino entra na segunda etapa em Irati

 

Publicado em: 28/06/2021 10:19

Whatsapp

 

A Secretaria de Agricultura de Irati iniciou a segunda etapa da distribuição de doses de sêmen bovino para produtores rurais do município. O projeto de inseminação artificial, que já atendeu 24 propriedades desde seu início, em março, faz parte do Programa Leite Competitivo Sul-Cantu, realizado em parceria entre o município e o Instituto Paranaense de Assistência e Extensão Rural (EMATER). Até agora, foram distribuídas 320 das 1.500 doses adquiridas pelo município, a um custo aproximado de R$ 40 mil. O botijão para armazenamento das doses foi adquirido no valor de R$ 2 mil. Agora, a Secretaria está aguardando a liberação de mais doses para fazer o repasse.

No total, 110 produtores estão cadastrados para receber as doses. Segundo o técnico agrícola, Abel Lopes, o objetivo do trabalho é de melhorar a genética do rebanho iratiense. “Todos nós sabemos que uma genética bem trabalhada na propriedade vai gerar lucro para o produtor. O animal vai ter uma produtividade maior, com animais selecionados através de um sêmen de qualidade”, frisou.

Cada propriedade está recebendo, em média, 10 doses, de acordo com o tamanho do rebanho, sem nenhum custo para o produtor. “Às vezes o produtor tem 10 vacas em lactação, tem 20, 30, dependendo da quantidade de animais que ele tem na propriedade, podemos até repassar mais doses. A princípio, são 10 doses por produtor nesta etapa. É um trabalho para que ele possa melhorar isso na propriedade”, pontuou.

Nos próximos dias, Abel estará visitando as propriedades por regiões. Em seguida, serão enviadas as doses para os produtores cadastrados e que tenham interesse em recebê-las. As visitas são agendadas pela própria equipe da Secretaria. Para participar do programa, o produtor precisa estar cadastrado na Secretaria de Agricultura (deve possuir Bloco de Produtor) e, preferencialmente, deve entregar sua produção leiteira para laticínios. “Não é aquele produtor que tem uma vaquinha para consumir (o leite) em casa, o objetivo não é este, mas sim, trabalhar com uma produção maior, para ele poder entregar para laticínios e ter uma renda melhor na propriedade. Este é um incentivo que estamos dando aos produtores”, comentou Abel.

O técnico lembra que o trabalho de genética corresponde a 30% de toda a atividade desenvolvida no rebanho leiteiro dentro da propriedade; os outros 70% correspondem ao manejo e alimentação. As doses distribuídas são de sêmen convencional, a um custo aproximado de R$ 40 a R$ 50. Caso o produtor tenha um animal reprodutor (touro), ele poderá optar por receber ou não as doses, conforme Abel. “Nada impede de ele receber estas doses, ele vai perceber a diferença depois. Depois, você vai comparar o touro que ele tem na propriedade com as doses que vai receber: vai nascer uma novilha de mais qualidade”, ressaltou.

A distribuição das doses dependerá da liberação de mais doses por parte do município, por meio de licitação. Segundo Abel, a quantidade de doses entregue ao produtor deve durar, aproximadamente, dois anos. Em propriedades maiores, este prazo pode ser menor. Por isto, produtores com mais animais podem receber mais doses durante o ano. “Se for uma propriedade que tem 40 animais, por exemplo, as doses vão muito rápido. Este produtor pode receber ainda nesta entrega mais doses durante o ano. À medida em que ele vai gastando elas, eu posso ir lá e repassar mais, pois eu tenho como comprovar que ele tem mais animais e que a produtividade dele é maior. Então, ele vai receber um incentivo a mais”, pontuou.

Projeto Leite Competitivo

O projeto Leite Competitivo Sul-Cantu está sendo realizado em várias etapas. “Nós trabalhamos com criação de bezerras, novilhas, pesando elas ao nascer e fazemos todo um trabalho de orientação com o produtor para ele ter uma novilha com 14 ou 15 meses apta para inseminação ou cobertura, porque já estará com o peso ideal, bem alimentada, aí entra na fase de reprodução, trabalhando com as vacas em lactação, tem toda uma etapa de manejo do rebanho em si”, afirmou.

A equipe do projeto trabalha também com a produção de alimentação, de pasto de verão e inverno e com a análise do solo das propriedades que são atendidas. Dos 110 produtores cadastrados, 30 recebem os serviços, sendo 15 da EMATER e outros 15 da Secretaria de Agricultura. “Por que trabalhamos com este número reduzido de propriedades? Para termos uma propriedade de referência para as outras que estão no projeto. Vamos trabalhar por um período de seis anos nestas propriedades, onde faremos um check-list e um marco zero nestas propriedades, e em cima disto, vamos fazer um planejamento da propriedade, forrageiro, de todo o rebanho. No sexto ano, conseguimos ver se o produtor avançou”, frisou. O projeto oferece uma assistência técnica mensal intensiva e programada. “Vamos orientando de acordo com a demanda que o produtor tem”, comentou o técnico.

Os produtores que quiserem aderir ao projeto podem procurar a Secretaria de Agricultura, na Rua Doutor Correia, entre a Prefeitura e a Câmara Municipal. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (42) 3132-6174.