Nesta terça-feira (21), aconteceu na
Prefeitura uma reunião para discussão de boas práticas para a agroindústria,
que valorizem o produto artesanal local e regional. A proposta, apresentada
pela Regional Centro do SEBRAE, de Guarapuava, propõe a criação de um Selo de
Qualidade de Alimento Artesanal para micro e pequenas empresas que se enquadrem
às normas exigidas, e que identifiquem o produto dentro do mercado.
O Consultor de Agronegócios da Regional
Centro do SEBRAE, Fernando Pizani, esclareceu os detalhes do que seria um
projeto piloto para o município, mas que poderia agregar a região, a exemplo do
que já ocorre em outros polos do Paraná.
“Podemos desenvolver um selo/marca regional
para valorizar os produtos que são daqui e têm qualidade, buscando fomentar a
economia local. Dentro deste conceito, na nossa regional, já temos cerca de 70
agroindústrias inseridas neste programa desde 2015”, declarou Pizani.
O secretário municipal de Agropecuária,
Abastecimento e Segurança Alimentar, Raimundo Gnatkowski, comentou que “Irati
tem um enorme potencial na área da agroindústria, mas com peculiaridades
próprias, como é o caso da cerveja caseira, por exemplo, que já viveu altos
ciclos de procura e comercialização”. No âmbito regional, o secretário comentou
que a administração pretende reunir os secretários de agricultura dos demais
municípios e apresentar esta ideia de forma ampliada. Gnatkowski citou também a
Feira de Sabores, inserida na Festa do Pêssego, coordenada pela Emater, como
uma excelente oportunidade de exposição dos alimentos artesanais já com este
selo.
Como
funciona o projeto do Selo de Qualidade
O consultor do SEBRAE explicou que, “para a
implantação do projeto do selo de qualidade entre as agroindústrias, 70% dos
custos são subsidiados pelo SEBRAE, e os 30% restantes ficam como contrapartida
da empresa ou do poder público”. O processo de implantação do programa é de seis
meses, e um total de 12 meses de acompanhamento.
“É muito importante ressaltar que só vai ser
aprovada neste Selo de Qualidade a micro ou pequena empresa que se adequar e
tiver o mínimo de conformidade, já que a proposta começa por premissas básicas,
como impor desde mais qualidade e mais sanidade ao produto, até o aspecto de
apresentação do mesmo e sua pesquisa de mercado.
Pizani descreveu rapidamente os pilares que
deverão ser seguidos para que eventuais empresas se candidatem ao selo. “Boas
práticas, obedecendo a um checklist, onde haja um mínimo de 60% de conformidade
para produtos de origem vegetal e 80% para os de origem animal”.
O consultor assegura que a Vigilância
Sanitária é quem irá fiscalizar se as regras estão sendo seguidas e se o
produtor está apto a ingressar no projeto.
“O segundo passo seria processar a melhoria
de gestão, ou seja, como o empresário vai gerir seu negócio, trabalhar fluxo
caixa e saber precificar seu produto”, esclarece Pizani.
Melhoria do rótulo e embalagem, a fim de
tornar o produto atrativo e deixá-lo com aspecto visual agradável e valorizado,
também fazem parte do processo.
“Há ainda a necessidade de prospecção no
mercado, e de criar oportunidades para o produto ser exposto a macro
empresários, e até mesmo oportunizar a participação destas agroindústrias em
feiras”, detalha o consultor.
Na conclusão da reunião, ficou estabelecido
que até o dia 09 de março, serão definidas as primeiras empresas que serão
sondadas para a primeira etapa de qualificação e candidatas ao Selo de
Qualidade.
Participaram da reunião integrantes da
Secretaria de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, da Secretaria
de Desenvolvimento Econômico, Emater, Casa do Empreendedor e Vigilância
Sanitária.