Nos dias 13 e 14 deste mês foi
realizado na Associação dos Servidores Públicos Municipais de Irati (ASPMI), um
curso de formação para os atores do Sistema de Garantia de Direitos da Criança
e do Adolescentes.
O curso, promovido pelo Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, em parceria com a
Secretaria Municipal de Assistência Social e Rede de Proteção às Pessoas em
Situação de Violência, teve por objetivo repassar técnicas de abordagem a
crianças e adolescentes em situação de violações de direitos, em especial a
violência sexual.
A capacitação foi ministrada pela
advogada Leolina Cunha, apresentando importantes temas como o diagnóstico do
abuso sexual, fluxos e encaminhamentos para a proteção e atendimento da vítima,
e protocolos para a abordagem e entrevistas das crianças e suas famílias.
Participaram do treinamento 80
profissionais de órgãos públicos e instituições não governamentais das áreas de
educação, saúde, assistência social, judiciário, conselheiros tutelares e conselheiros
dos direitos da criança e do adolescente dos municípios de Irati, Inácio
Martins, Guamiranga, Fernandes Pinheiro, Rio Azul e Teixeira Soares.
Brasil e a triste estatística
Apenas em 2016, foram 17,5 mil
casos registrados de violência sexual contra crianças e adolescentes, através
do “Disque 100”. A maior parte das denúncias, quando elas se concretizam, é
referente aos crimes de abuso sexual (72%) e exploração sexual (20%). As demais
são geralmente relacionadas a outras violações como pornografia infantil,
sexting, grooming, exploração sexual no turismo, estupro.
O mesmo “Disque 100” recebeu, em
2015 e 2016, 37 mil denúncias do crime com pessoas de até 18 anos. A maioria
das vítimas eram meninas.
No Brasil, 95% dos casos desse
tipo de violência são praticados por pessoas conhecidas das crianças. Em 65%
dos casos há a participação de pessoas do próprio grupo familiar.
O agressor normalmente possui um
perfil sedutor e costuma se beneficiar do vínculo de confiança e relação
afetiva que já possui com a criança, envolvendo-a de uma maneira com que faça
acreditar de que se trata de uma brincadeira, um jogo ou uma manifestação de
carinho especial, por ela ser privilegiada.