O município de Irati possui aproximadamente 150 produtores de leite, e tem uma produção média de 25.000 litros/dia.
Há um ano, foi iniciado um projeto da Emater, em parceria com a Prefeitura, a fim de aumentar a renda das unidades de produção familiar, promovendo o bem-estar das pessoas envolvidas e observando as condições de trato dos animais e de sustentabilidade ambiental.
O projeto Leite Competitivo Sul Cantu pretende assistir até 30 produtores iratienses de leite ao longo de seis anos. Atualmente, 15 já estão cadastrados, desde que o trabalho foi iniciado, em março do ano passado. O técnico da Prefeitura encarregado de gerenciar o projeto, Osnei Abel Lopes, explica que “é um processo bastante demorado, pois é necessário fazer um marco zero na propriedade, elaborando um detalhado questionário de tudo que há nela”.
“Este levantamento analisa a estrutura de rebanhos e todo o plantel, desde bezerros, até vacas em lactação. Envolve também a área de produção de alimentos para o gado (de verão e inverno), análise de solo, onde se for o caso, recomenda a adubação e tipo de pastagem. É um raio-x geral da propriedade, para trabalhar quaisquer deficiências que houverem”, explica o técnico.
Entre as várias responsabilidades do projeto, estão o estudo de melhorias de instalação e principalmente a busca de extrema qualidade do leite, com absoluta higiene nos equipamentos e local de trabalho.
“O projeto vai até 2022, mas por mais que se encerre, o Município pode dar continuidade, trabalhando com outros produtores. Irati também dá assistência a outros produtores de leite que não estão inseridos no projeto”, esclarece Lopes.
Litro custa R$ 1 para o produtor
O projeto Leite Competitivo Sul Cantu dispõe de um conjunto de ferramentas (softwares institucionais e planilhas) que visam qualificar e melhorar a produtividade do trabalho da assistência técnica.
Na área da produção ele consiste em aumentar a quantidade de litros/vaca/ano, melhorar a qualidade do leite e ter o controle de tudo em planilhas: receitas e despesas, controle leiteiro, produção anual de forragens, entre outras.
“Este acompanhamento minucioso é fundamental, já que produção de um litro de leite representa um custo médio de R$ 1 para o produtor”, complementa o técnico.
“É uma atividade diária, de domingo a domingo, onde devem trabalhar pelo menos quatro pessoas por unidade. Tem que ter mão de obra familiar para que o futuro da produção seja assegurado. Muitas propriedades desistem da atividade leiteira porque não há sucessão, os filhos saem de casa e os pais se aposentam”.
Renda superior a 2,5 salários
O rebanho leiteiro de Irati é composto majoritariamente pelas raças Holandesa e Jersey. Atualmente existem nove empresas de laticínios que efetuam a coleta de leite na cidade, mas que também compram matéria prima de fora. Este projeto vem ao encontro de capacitar os produtores locais, tornando o seu produto mais competitivo.
Um dos objetivos sociais deste projeto é obter renda superior a 2,5 salários mínimos na produção de leite, em 100% das unidades orientadas, de forma continuada.
Mas também há outros aspectos envolvidos na questão. Na área ambiental, por exemplo, prevê-se a instalação de tanques de retenção de efluentes impermeabilizados (esterqueiras), proteção de fontes à base de solo cimento, e coleta de amostras de água para análise, em parceria com vigilância sanitária.