Irati recebe sementes de feijão de alto valor genético

 

Publicado em: 04/09/2019 15:09

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Irati recebe sementes de feijão de alto valor genético

Sacas de semente de feijão.

Na manhã do último dia 03, foi realizada na sede da Associação dos Servidores Públicos Municipais de Irati (ASPMI) a entrega de 44 sacas de sementes de feijão para as associações de produtores que fazem parte do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS).

Este critério, inicialmente, contemplou 14 associações de produtores de Irati. Mas associações não integrantes deste conselho também puderam fazer a retirada das sementes, mediante apresentação de ata, ou documento que comprovasse a existência jurídica da entidade, como por exemplo, o CNPJ.

A entrega das sacas de sementes de feijão foi promovida em parceria pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Secretaria Municipal de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar da Prefeitura de Irati, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB) e Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER).

Semente nova, de 1ª geração

Cada saca, de 50 quilos, é composta de semente básica da mais alta qualidade, que foi fruto de pesquisa, cruzamento, e produzida seguindo todos os critérios agronômicos. “Trata-se de semente nova, de 1ª geração. Não é feijão que teve excedente de produção, é semente mesmo, e isso representa um alto custo que o produtor não terá que arcar”, afirma o secretário de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, Raimundo Gnatkowski, o “Mundio”.

O secretário também explicou o objetivo desta distribuição. “Queremos que estes produtores contemplados façam um campo de produção de sementes. Neste processo, serão devidamente acompanhados e assessorados pelos técnicos da Emater, do Iapar e também da Secretaria de Agricultura de Irati”.

Segundo Bruno Krevoruczka, engenheiro agrônomo da Emater de Irati, o potencial produtivo do feijão produzido a partir desta semente, chega a uma média de 2.400 kg por hectare, mas comumente atinge patamares bem maiores.

Material geralmente é repassado diretamente a sementeiros

O analista de Ciência e Tecnologia do Iapar de Ponta Grossa, Henrique Luiz da Silva, explica que “a importância da entrega destas sementes, através do Governo do Estado, é o seu valor genético muito alto. Pra esses produtores que estão recebendo este material, será uma oportunidade de ter este importante acréscimo genético em sua propriedade, com ganho potencial de produção e de qualidade de grão excepcional. É através deste material que a gente faz a semente, que é repassada diretamente aos parceiros sementeiros. Dificilmente um produtor tem acesso direto a uma semente básica como esta. Este material geralmente vai ao sementeiro, para ele replicar, e só após este processo vender esta semente resultante aos produtores”.

Silva também comentou sobre o valor intrínseco desta semente básica. “Um material deste, quando é vendido diretamente aos sementeiros, custa de R$ 5 a R$ 8 o quilo”. Dentro deste raciocínio, cada saca, se fosse adquirida pelo produtor, representaria um custo aproximado de R$ 400.

Produtores e comunidades ganham qualidade genética

Ainda segundo o analista, “em função de estar agregando esta qualidade genética dentro da propriedade, o principal fator vai ser estes produtores produzirem na comunidade e disponibilizarem entre eles, entre os outros moradores da comunidade, fazendo com que toda a região tenha uma semente de excelente qualidade, que acarrete valor produtivo, e também qualidade do produto”. E acrescentou que é um material que vem livre de doenças. “Se for conduzido adequadamente, em área que esteja livre de outras doenças, que não tenha recebido feijão nos últimos anos, a tendência é que este material permaneça sadio por um período maior de tempo, e o produtor continue utilizando esta semente, tendo uma produção alta. Este é o importante sentido social que é levar para uma comunidade, às vezes distante, para um pequeno produtor que de outra maneira não teria acesso a esta semente, pois o valor seria alto economicamente. Agora estes produtores poderão multiplicar estas sementes e ter um ganho tanto para comercialização como para consumo próprio”.

No encerramento do evento, Mundio fez agradecimentos à Associação dos Funcionários Públicos Municipais de Irati, aos escritórios do Iapar em Irati, Ponta Grossa, Londrina e à direção do instituto no Paraná, à SEAB, ao Conselho de Desenvolvimento Rural e aos técnicos e produtores presentes.