Em Irati, ofertas de vagas de emprego aumentam 70% em quatro meses
Desde que se instalou a pandemia, em março deste ano, os últimos 120 dias foram surpreendentemente positivos na oferta de vagas de emprego na Agência do Trabalhador de Irati. De acordo com Marcelo de Ávila Francos, gerente da agência local, nestes quatro meses, ocorreu um aumento de 70% ou mais nesta oferta.
Segundo o gerente, “a indústria teve papel fundamental neste crescimento. O percentual em alta pode ser atribuído, ainda, ao setor de construção civil, que não sentiu tão a fundo a pandemia, mas o setor automotivo, que voltou a ser aquecido, foi decisivo para sua composição”, argumenta.
“O início do ano de 2020 foi extremamente promissor na questão de vagas de emprego em Irati”, comenta Francos”. “Uma empresa local, em fevereiro, chegou a contratar 400 profissionais. Pouco depois, a pandemia chegou, e o cenário além de reverter, ficou bastante pessimista”, detalha o profissional.
O gerente explica que vê com alívio esta retomada. Só na manhã do último dia 29/09, 120 cadastros de trabalhadores para vagas foram efetuados pela Agência do trabalhador de Irati. O município conta com 2.825 estabelecimentos cadastrados para informações ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
Marcelo de Ávila Francos reside em Irati há 20 anos, e trabalha na Agência do Trabalhador há quase oito anos, desde que assumiu a vaga por concurso da Prefeitura, no início de 2013. Antes de ser gerente de agência, há dois anos, Marcelo já trabalhou nos setores de intermediação de mão-de-obra, captação de vagas, agente do seguro desemprego e emissor de Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
Capacitação e perfil
Mas também há o lado problemático do atendimento prestado. “Há uma deficiência muito grande de capacitação profissional por parte do público que procura a agência, e desconhecimento sobre o seu funcionamento”, comenta Francos. “Citamos que ela não pode ser uma agência de desemprego, mas sim de emprego. Dizemos isso porque além de outras funções, este setor habilita o seguro desemprego. Mas a principal função é intermediar uma relação entre o trabalhador que está em busca de vagas e as empresas que as têm para oferecer”.
O gerente esclarece que as empresas estabelecem um perfil para a ocupação que ela está disponibilizando, que é seguido rigorosamente pela Agência do Trabalhador, principalmente quanto à exigência comum de um profissional com experiência. “Pedimos aos interessados que levem currículo, só que ele não é uma garantia de colocação, mas um estreitamento entre as duas partes, onde o empregador pode fazer sua análise, e chamar para entrevista aqueles que ele acredita preencherem os requisitos exigidos”.
É bastante comum candidatos a vagas indagarem de onde são as vagas. “Nós não podemos dar esta informação, pois o sigilo é pedido pela empresa”, diz o profissional.
Carteira de Trabalho Digital
“A Carteira de Trabalho física deixou de ser emitida em fevereiro de 2020 pela Agência do Trabalhador, cedendo lugar definitivamente ao documento digital que havia sido implantado em um projeto piloto, no ano de 2017”, diz Francos.
“Todas as empresas tiveram o tempo de adaptação para migrarem para o E-Social, que simplifica a burocracia no trâmite de informações dos trabalhadores. Trata-se de um portal completo para a disponibilização de informações acerca da mão de obra”.
Marcelo argumenta que esta foi uma determinação do Departamento do Trabalho, dentro do Ministério da Economia, obedecendo lei federal para redução de custos. “A CTPS agora é um aplicativo no celular e, em razão disso, pede-se o CPF, já que a carteira digital não tem mais o Programa de Integração Social (PIS).
Este aplicativo pode ser baixado no Google Play Store, com o nome Carteira de Trabalho Digital. O trabalhador responderá algumas perguntas e vai cadastrar uma senha. Concluído o processo, já são disponibilizadas as informações, tanto no caso da primeira carteira, como para aqueles que já tiveram contrato de trabalho.