Agroindústria no Pinho de Baixo evidencia as possiblidades do aproveitamento da guabiroba, sendo ainda, fonte de renda aos produtores iratienses
Uma das apostas de sucesso de desenvolvimento no agronegócio do município de Irati é a produção da guabiroba. A fruta, que também recebe o nome de gabiroba, guavirova, entre outros, tem produção significativa na região sem muitos esforços. Na comunidade do Pinho de Baixo, uma agroindústria já está mostrando que as possibilidades de utilização plena da fruta são reais e geram renda.
Na cozinha da agroindústria da Pousada Inácio de Loyola, de Cristina Mazza, o projeto da guabiroba segue para uma nova etapa, concentrado na produção da polpa da fruta. Uma equipe formada por representantes da Embrapa Florestas, empresa Heite, Fundação Cargill e da pousada está pesquisando a produção e comercialização da fruta.
O município tem acompanhado, de perto, o desenvolvimento deste trabalho. “Estamos acompanhando os primeiros passos deste grande projeto que tem o objetivo de diversificar a renda para os produtores da região, utilizando uma fruta comum para nós”, comentou o prefeito Jorge Derbli, em visita ao local, junto do secretário de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, Raimundo Gnatkowski.
Por meio de uma agroindústria, o produtor pode colher os frutos de seus pés de guabiroba e conseguir vender no preço de R$ 3 o quilo. “Nesta primeira experiência, foram adquiridos três mil quilos de agricultores para iniciar o processo. Vamos implantar, aqui no Pinho, uma agroindústria própria, em um terreno que foi doado por uma família, onde teremos muitos produtos”, destacou Derbli.
Alimentação e cosmética
Cheia de propriedades nutritivas, o ‘Açaí do Sul’, como tem sido chamada a guabiroba, serve para vários tipos de alimentos, como sucos, geleias, farinha e sorvetes, e para a área cosmética, na produção de cremes e sabonetes, por exemplo.
“Temos uma equipe maravilhosa participando deste projeto, que tem como matéria-prima a guabiroba, que é uma fruta nativa da mata atlântica. Nós estamos desenvolvendo produtos, tanto na área cosmética como de alimentos, e fazendo o aproveitamento do resíduo, que é cerca de 20% da fruta, e nós não jogamos nada fora”, explica Cristiane Helm, pesquisadora da Embrapa Florestas. A partir disso, segundo ela, a ideia é focar no ensino, com cursos e treinamentos para que as pessoas envolvidas neste projeto aprendam a fazer novos produtos e agregar valor à toda a região.
Já pensando em acrescentar o produto ao mercado de cosméticos, o empresário Rodrigo Heemann, da Heite Ingredientes Naturais, também está envolvido no projeto. “Nossa empresa fabrica ingredientes naturais, aqui do Paraná, e nós achamos o projeto maravilhoso desta fruta que dá em abundância nesta região. Este é um trabalho de toda a nossa cadeia produtiva, tanto dos agricultores quanto da Embrapa”.
Distribuição de mudas de guabiroba
Durante este ano, o município deverá distribuir, gratuitamente, mil mudas aos produtores do município, pois com o crescimento do projeto, a agroindústria precisará de muita matéria-prima para dar suporte ao crescimento desta produção. Produtores de todo o município poderão se inscrever no projeto, por meio do telefone (42) 3132-6173, na Secretaria de Agricultura.