Com o intuito de conscientizar a sociedade em relação à empregabilidade das pessoas com deficiência, a Agência do Trabalhador realizou o Dia D da Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho, nesta quarta-feira (21). O evento contou com a presença de vários representantes do setor público e privado, que discutiram sobre a importância da valorização e reconhecimento do trabalho da pessoa com deficiência.
"É por meio do trabalho que conseguimos realizar nossos sonhos e alcançar nossos objetivos, acredito que o trabalho dignifica o homem. E para a pessoa com deficiência isso tem uma importância maior, porque ela encontra inúmeras barreiras, e a partir do momento que consegue um trabalho e tem oportunidades, pode mostrar o quanto é capaz de se desenvolver profissionalmente", comenta o advogado e vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Rondineli Rodrigues.
O prefeito de Irati, Jorge Derbli, participou da ação e afirmou que a sociedade precisa reconhecer o potencial das pessoas com deficiência. "Eu sou a favor da inclusão, e dar recursos para que se desenvolvam, pois superam desafios a cada dia. A ação de hoje é fundamental e um reconhecimento da importância da pessoa com deficiência para o mercado de trabalho", disse Derbli.
A vice-prefeita, Ieda Waydzik, destacou a relevância de trabalhar assuntos como este no dia a dia. "Trabalhar esse tema é uma necessidade de todos os dias. O problema não são as pessoas com deficiência, mas sim, nós que não vemos o que elas são capazes de alcançar", pontou.
O advogado Rondineli Rodrigues conduziu uma roda de conversa com os participantes, acompanhado do gerente da Agência do Trabalhador de Irati, Marcelo de Ávila Francos, que organizou a ação no município.
Desafios
O vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Rondineli Rodrigues, é cadeirante desde que sofreu um acidente há 17 anos, e conta a partir de sua experiência quais são os maiores desafios neste contexto.
"A pessoa com deficiência carrega muitas inseguranças, é difícil de aceitar a si mesma. Quando consegue trabalhar e mostrar seu potencial é como se recuperasse a dignidade. Digo isso porque aconteceu comigo, há 17 anos sofri um acidente e me senti desamparado. Mas, quando as empresas dão oportunidades para as pessoas com deficiência permitem com que elas alcem voos maiores", frisou.
Ele ainda explica sobre os casos em que empresas contratam deficientes somente para cumprir a lei. "Não basta ser inserido apenas para cumprimento de cotas, quando a empresa contrata somente para cumprir sua obrigação e não dá condições para que ela se desenvolva, essa empresa pode ser indenizada por dano moral coletivo. Infelizmente, isso acontece porque a sociedade vive uma discriminação em relação a não acreditar que a pessoa com deficiência é capaz", esclarece Rondineli.
O prefeito Jorge Derbli acrescenta que o ideal seria que não fosse necessário fazer cotas, e que as empresas contratassem pessoas com deficiência de forma natural, sem serem obrigadas.