Irati é precursora no plantio e produção no Paraná
A Prefeitura de Irati, através da Secretaria de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, promoveu na quarta-feira (29), mais uma edição do Dia de Campo, projeto que visa capacitar os produtores rurais de Irati. O foco foi a plantação de oliveiras para produção de azeites.
Nesta edição, os produtores e técnicos visitaram a propriedade de Márcio Thomaz, no bairro Nhapindazal. Ele é um dos precursores da cultura de oliveiras na região. Além dos produtores rurais do município e da região, também estiveram presentes o presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) e o engenheiro agrônomo e consultor de olivicultura, Fabricio Carlotto.
Na oportunidade, foi ministrada uma palestra sobre o potencial que a região de Irati tem para a produção de oliveiras e como funciona o processo de cultivo e produção. Segundo o secretário de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar, Raimundo Gnatkowski, o evento foi muito produtivo. “Esse dia de campo foi muito importante para motivar os agricultores a ingressar nessa atividade. Tivemos uma parte teórica com um técnico do Rio Grande do Sul e seguimos para a parte prática”, aponta.
O secretário ainda destacou o potencial da região para o plantio dessa cultura “Nós já estamos sabendo que municípios que tem produção de pêssego são facilmente adaptáveis a olivicultura. Então, já mostra para nós esse potencial sendo viável em Irati. Nosso clima e solo faz com que o município seja o lugar perfeito para produção”, destaca.
Segundo o presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, o Brasil consome em média cerca de 100 milhões litros de azeite por ano, sendo que apenas 0,5% representa a produção pelo país. Ele destaca a importância do Paraná e de Irati entrar esse mercado e assim aumentar a produção nacional. “A região tem a vocação para a olivicultura, os técnicos e as plantações já comprovaram isso. É muito importante entrar nesse mercado. Ter o paranaense com sua tradição de construir novas possibilidades com competência, para nós (Ibraoliva) é uma segurança e uma alegria muito grande”, destaca Fernandes.
Márcio Thomaz, proprietário e produtor de oliveiras, cultiva mais de 6 mil plantas de quatro espécies em sua propriedade: Arbequina, Arbosana, Koroneiki e Picual, que foram as espécies que mais se adaptaram ao solo de Irati até o momento. O produtor destaca a importância de receber esse encontro em sua propriedade. “Para nós é uma honra receber nesse primeiro encontro paranaense de olivicultura, produtores da região e técnicos para fortalecer e desenvolver a produção de azeite”, fala Márcio Thomaz.
Engenheiro agrônomo e consultor de olivicultura, Fabricio Carlotto, acompanha a produção de Thomaz de perto, fazendo visitas semestrais a plantação. Ele destaca o potencial que enxergou na região e prospecta em breve a primeira produção em Irati. “Eu acompanho este pomar desde julho de 2022, onde começamos um acompanhamento para chegar na primeira produção de frutos, desde um trabalho na fertilidade do solo, correções no manejo, técnicas de poda, de cobertura vegetal, manejo de tratos culturais, prevenção de pragas e doenças, enfim tudo que envolve o cultivo para chegarmos no melhor resultado. Acredito que em breve nós teremos aqui o primeiro azeite produzido em Irati”, aponta Fabricio.
O cultivo de oliveiras representa uma diversificação da agricultura em Irati e um mercado em expansão no mundo. Somente no Brasil, cerca de 90% do azeite consumido é importado. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais entraram no mercado de oliveiras e tem obtido êxito. Irati pode ser o precursor no Paraná e abrir caminho para uma nova cultura no Estado.