Publicado em: 06/03/2013 00:00
Escola disponibiliza espaço para armazenagem do lixo que é cuidadosamente separado pela comunidade
A comunidade rural de Pinho de Baixo, em Irati, é um exemplo quando o assunto é separação de material reciclável. Por meio do projeto Um gesto, uma solução, moradores da comunidade rural dão a destinação correta ao lixo reciclável gerado em suas residências.
A escola municipal Pinho de Baixo, com auxílio dos pais e APMF construiu um espaço para abrigar o lixo reciclável das comunidades de Pinho de Baixo, São Miguel, Pinho de Cima e Caratuva. Moradores e alunos da escola levam o material reciclável, que fica armazenado na escola e depois é coletado pela secretaria municipal de Ecologia e Meio Ambiente e COCAIR (Cooperativa de Catadores de Material Reciclável de Irati).
O espaço de aproximadamente 36m² fica nos fundos da quadra esportiva, local ao qual os alunos não têm acesso, evitando qualquer risco de acidente. Com a armazenagem correta, todo o material é preservado e tem maior valor na hora da revenda. Quando uma quantidade relevante é arrecadada, a escola entra em contato com a secretaria, que envia o caminhão para coleta.
Construímos o espaço porque a escola viu que era uma prioridade que beneficiaria toda a comunidade, conta a diretora, Ana Maria Kurek Zarpelon. O projeto existe desde 2005, mas começou modesto. Nos primeiros anos era pequeno, mas com o tempo cada vez mais pessoas aderiram. ?? preciso persistir para crescer, relata a diretora. Atualmente, a cada dois meses, cerca de uma tonelada de material reciclável é coletada na escola. O projeto já foi premiado em 2011 na etapa estadual do projeto Televisando o Futuro, na categoria Mobilização Social.
SEPARA?O
A separação do material impressiona. Aqui só tem material bom e muito bem organizado! Os moradores direcionam vidros para uma sacola, plásticos para outra. Até as embalagens são separadas por tipo, observa o funcionário da secretaria municipal de Meio Ambiente, Vilson José de Oliveira. Todo o material entregue pela população é higienizado antes de ser levado à escola. As latas são lavadas, bem como as caixas de leite, que são limpas e desmontadas.
A agricultora Regina Célia Rossa conta que leva o material reciclável ao local desde que o projeto iniciou. Nós trazemos tudo separadinho porque pensamos nas outras pessoas que vão trabalhar com isso, para que elas não se machuquem. Para nós o projeto é ótimo porque não tínhamos onde jogar o lixo. ?? bom para nós, para a escola e para quem vive disso, diz a agricultora, enquanto descarrega o material.
CONSCIENTIZA?O
As crianças são as peças-chaves no desenvolvimento do projeto. A conscientização começa com elas, através do trabalho de professores e funcionários dentro do ambiente escolar. Depois que elas aprendem, cobram dos pais. Algumas trazem semanalmente as sacolas com material reciclável, relata a diretora.
Os benefícios para a comunidade foram vários. Antes da iniciativa, o lixo reciclável acabava na beira dos rios e estradas, além de um lixão a céu aberto, o qual foi eliminado após o início do projeto.
EXEMPLO
A iniciativa deve servir de modelo para outras comunidades rurais. A secretaria municipal de Meio Ambiente pretende incentivar a criação de espaços como esse em outras comunidades. Se todas as comunidades fizessem igual seria ótimo, pois em regiões maiores, como Guamirim e Rio do Couro, o caminhão passa a cada 30 dias, mas a coleta é muito demorada e nem sempre dá para trazer tudo, conta Oliveira. O espaço é simples, basta ser coberto e seguro, podendo ser implantado em qualquer lugar que disponha de uma pequena área. A comunidade se organiza e vira uma parceira importante para nós, complementa outro funcionário da secretaria, Alessandro Trybek.
Fotos:
Agricultora
A agricultora Regina Célia Rossa entrega o material separado pensando em facilitar o trabalho dos cooperados que irão comercializar o produto.
Crianças
Os alunos da escola municipal Pinho de Baixo são peças-chave no processo, pois levam o que aprendem para casa, incentivando a participação da família na separação do lixo
Diretora
A diretora da escola, Ana Maria Zarpelon, conta que o projeto começou modesto e surgiu da necessidade da população, que não tinha para onde destinar o material