Secretário de Saúde defende o sistema de atendimento público

 

Publicado em: 01/08/2013 00:00

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Estamos hoje aqui, praticando o mais profundo exercício de cidadania e democracia. As conferências de saúde são de suma importância para o fortalecimento do SUS, para a implementação das Políticas de Saúde e para o controle social, dando mais transparência às ações executadas e aos recursos utilizados pelos gestores para a manutenção e fortalecimento do Sistema ??nico de Saúde. Gostaria de dizer a todos os presentes, em especial aos delegados, representantes das entidades por vocês representadas, que todos nós temos um grande desafio em busca da melhoria da saúde do município de Irati, e por que não dizer do país como um todo. Um grande desafio para buscarmos não somente uma saúde que queremos, mas, sobretudo, uma saúde que realmente precisamos, uma saúde que seja possível de ser implementada, com os pés no chão e com os olhos voltados para adiante. Para chegarmos a ter uma saúde em que sonhamos, temos que partir das melhorias que são possíveis de se atingir e, paralelamente a isso, buscar novas soluções e novas formas de darmos continuidade a um SUS que está em constante construção. Cada gestor e cada conselho que passou por aqui, deu a sua parcela de contribuição nessa construção, mas cabe a nós que hoje aqui estamos hoje, dar a nossa parcela para que essa construção continue, buscando novas possibilidades de melhorar aquilo que já se iniciou. Peço aqui, a cada um dos presentes, em particular aos novos conselheiros de saúde que aqui serão hoje eleitos, para que lutemos juntos para uma saúde em que se busque não somente as práticas curativas, mas uma saúde em que se busquem ações de promoção e de prevenção, ações essas que não dão a visibilidade midiática que se vê diante de uma saúde curativa. Os meios de comunicação no Brasil como um todo, quase sempre focam nos problemas ainda não solucionados, que em geral, tratam-se das práticas curativas, como a falta de leitos, dificuldades em se conseguir uma consulta e assim por diante. Claro que temos que trabalhar arduamente para minimizar esses problemas comuns a todos os cantos desse país, mas peço aqui, aos novos conselheiros, para que possamos trabalhar para o fortalecimento das práticas preventivas e de promoção da saúde, que fazem do o SUS um dos melhores sistemas de saúde do mundo, mas que pouca visibilidade tem essas ações, ofuscadas pelos problemas ainda existentes no sistema de saúde pública. O Brasil é um exemplo no seu Sistema Nacional de Imunização, no seu programa de HIV/AIDS, DSTs, saúde da mulher, programas de diabetes e hipertensão, programa de pré-natal entre tantos outros e que nos orgulham de sermos profissionais de um serviço público que tem a sua qualidade, mas que, sendo assim, não ocupam mais do que alguns segundos nos noticiários, e quando ainda, são mostrados. São muitos os programas de saúde e é farto o trabalho que nós profissionais de saúde e gestores do SUS fazemos, trabalho esse ofuscado pelos problemas ainda existentes a um jovem sistema de 25 anos de vida. Como quase sempre, esses problemas ocupam vários minutos dos noticiários e grande destaque na imprensa nacional. Sabemos que o SUS tem muito a crescer, tem muito a evoluir e minimizar seus problemas ainda existentes, mas sabemos também que é um sistema que tem muitas coisas boas visíveis até mesmo pelos países de primeiro mundo. ?? possível sim melhoramos o nosso sistema de saúde, tendo a consciência de que devemos fazer o que está ao nosso alcance, mas reconhecendo as nossas limitações, principalmente nossas limitações financeiras. Recentemente estive em Brasília participando por lutas em defesa do SUS, por melhores financiamentos, pelo Saúde + 10 que pretende repassar 10% da receita bruta do país para o SUS. Esperamos que o Congresso Nacional aprove a proposta que trará um grande gás aos municípios que arcam com as maiores despesas em saúde, muito mais que os governos estadual e federal, e arcam ainda, com a maior carga de trabalho e gastos com o sistema. Cerca de 80% do trabalho em saúde pública no país acaba sendo responsabilidade dos municípios. Torna-se justo então, que estes venham a ter um maior financiamento para que possamos dar uma saúde com mais qualidade, que menos problemas ocorram e para que uma prevenção muito maior da que hoje existe, possamos disponibilizar para a nossa sociedade. Delegados e futuros conselheiros dessa XI Conferência Municipal de Saúde de Irati. Temos que ter a consciência de que todos, sem exceção, utilizamos o SUS. Cabe a nós, elencarmos as prioridades para que através dos princípios da equidade, da integralidade e da universalidade, possamos trabalhar por uma saúde mais justa a todos, melhorando o que precisa ser melhorado e valorizando o que há de bom. Daqui hoje, sairão as propostas a serem trabalhadas pelos novos conselheiros de saúde, e daqui, sairão as preposições que servirão de base para o plano municipal de saúde. Sejamos precisos para que as propostas sejam viáveis e com vistas à busca de melhorias para uma sociedade mais justa e melhor. Leandro Ditzel Texto escrito para a abertura da XI Conferência Municipal de Saúde de Irati